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sábado, 19 de junho de 2010

"Aspas"

Imagem da internet

Olhei pendurado na parede, o sonho escrito num pedaço de papel.
Dele saiam esperanças, vontades, exitação, medos...

Posso ouvir agora a chuva que cai
era sempre o som fazendo ping... ping... ping... ping...
Me fez lembrar das noites, que ao teu lado, eu ouvia o mesmo barulho de água caindo. Lembrei também de como você se encolhia e se aninhava em meu peito com o ruido de cada trovão.

Adorava durmir ouvindo sua respiração alta, o subir e descer do teu abdomem. E assim por algumas horas eu velava o teu sono, olhava-te... não sei no que exatamente eu pensava, mas eu te amava intensamente nesses momentos...

Teus cabelos espalhados no travesseiro, teus olhos fechados que às vezes se mechiam, tua boca volumosa que as vezes se abria e fechava, teu corpo quente junto ao meu, teu cheiro. Tudo se resumia em você ao meu lado...
E como recompensa você me acordava ardente e doce e um abraço intenso.

Uma manhã porém, não houve o despertar com um beijo e nem um abraço. Abri os olhos por mim mesmo e não te senti ao meu lado.
Você estava sentada na beira da cama fumando um cigarro. Escorreguei meu corpo até ficar ao teu lado, segurei tua cintura.

- Vou embora embora...

Demorei um pouco para compreendar a frase solta, não sei se pelo sono ou pela frieza que as palavras me atingira.

- Já não tenho sonhos aqui - continuou ela

- Mas e aquele pendurado na parede?

- Só ficou na parede, como um quadro ou uma foto emoldurada, não existiu...

- Vou embora... - disse ela outra vez - Vou atrás dos meus sonhos...

E foi a primeira vez que ela me acordou de verdade...

Um comentário:

  1. se eu podesse descrever o que senti lendo esta poesia, sangraria, pois que homem, ou ser humano é este que despedaça sonhos...

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